sábado, 31 de maio de 2008

RECORDAÇÃO

Cinqüenta anos são passados
Rosto na mente guardado
Pensa ter tido visão
De um amor já acabado
No pescoço a medalhinha
Trazia presa numa linha
Com um nó bem apertado.

Depois de tempo guardado
A mulher sorria feliz
Não acreditava que tinha
A verruga no nariz
Belo rosto sorridente
Casquinha de ouro no dente
Não perdeu foi por um triz.

Tem do seu tempo de atriz
Todas as lembranças vividas
Guardadas no coração
Nenhuma delas perdidas
Hoje chora de tristeza
Pensando na sua princesa
Usando roupas adidas.

Comprou na loja falida
Conjunto azul e vermelho
Quentinhas pra usar no frio
Na toca feito coelho
Ela sonha com os beijos
Que tinham gosto de queijos
Sentindo tremer os joelhos.
05/05/2008

Sonia Barbosa Baptista

PURA EMOÇÃO DE AVÓ


De emoção em emoção
Verto lágrimas incontidas
De braços abertos abraço a vida
Juntas num abraço envolvidas
Presente nos braços acolhido
Acalenta o choro e sorri com o riso
Que alegra a estimada vida.
Numa canção de felicidade!
Como não poderia deixar de ser
Sou feliz!
Tenho nos braços, nobre pequenino.
Um lindo bebê menina!
De olhos atentos tentando
Gravar na mente a figura amada
Da pura emoção da avó.
28/03/2008

Sonia Barbosa Baptista

O COMEÇO


Papai... Mamãe
Assim surgem
As primeiras palavras
Da boca
De uma criança.
Logo depois...
Vovó e vovô...
Mas nesse intervalo
Alguma muito esperta
Fala ti... ti
E também... Dá... dá.
Quando quer
Alguma coisa.
Au... Au...
Quando vê...
Um cãozinho.
Bom é ser criança.
Delícia!
É tê-la dentro de si
Até hoje
Sinto-me criança.
Consigo lembrar
Do tempo
Que brincava de queimada
Com minhas amigas de infância.
Hoje já sou avó...
E é pura felicidade.
19/03/2008

Sonia Barbosa Baptista

FOI ASSIM QUE POETEI


Às vezes em que na minha vida poetei
Foi quando criança no colégio.
Eu pintava os mapas, principalmente o do Brasil.
Raspava a ponta do lápis de cor, com a gilete,
E com um chumaço de algodão, passava.
Delicadamente nas regiões do Brasil,
Pintando e deixando-os muito bonitos.
Lembro ainda
Que gostava de pintar o Oceano Atlântico de azul
Logicamente, pois a água nos é mostrada.
Pelo menos nos a vemos assim, azul bem claro.
Para que as águas ficassem cristalinas.
Eu costumava enquanto pintava o Oceano Atlântico
Imaginar-me nadando como golfinhos.
Só mesmo na minha imaginação,
Porque seria impossível uma pessoa,
No caso ainda criança, nadar fazer acrobacias.
Como um golfinho no Oceano Atlântico.
Assim eu terminava de pintar o mapa
Que era muito elogiado pela professora,
E junto com o visto, ainda ganhava a nota máxima.
Quantas saudades da minha professora Isabel!
Esse era o seu nome, Isabel.
05/03/2008


Sonia Barbosa Baptista

MULHER EM FASE


Não sei se chegarei a ser uma boa poetisa como as que já tenho na minha família.
Eu digo sinceramente que vou tentar escrever agora que estou numa nova fase:
Acabei de ser avó de uma linda menina, a Letícia. Esse fato muito me orgulha.
Devo agradecer de joelhos essa dádiva da Natureza Divina.
Espero contar com a ajuda dos mais experientes como minha irmã e minha sobrinha,
Porque levarei a sério isso de ser poeta. No momento o que tenho de mim são lembranças da minha infância, adolescência e da minha linda juventude.
Com certeza fará que a minha família me conheça um pouco mais e ainda meus filhos que ficarão orgulhosos de saber que um dia, fui jovem também e que tinha sonhos e esperanças como eles. Mas conhecendo meus filhos como conheço sei que estariam mais satisfeitos se eu estivesse pilotando o fogão, o tanque, ou remendando as bermudas que insistem em descosturar só pra me ver cuidando do que é deles. Sem contar meu esposo que apesar de ser um homem bom, íntegro e ter a mesma idade que eu. Acha que gente velha não tem nada que aprender a usar o computador. Isso o irrita um pouco, mas sabe da minha firmeza de decisão quando por mim tomada. Vai rolar ciúmes!
Já li vários textos sobre a mulher, principalmente da minha irmã e da minha sobrinha. Gostei do que li e isso me abriu os olhos para a realidade da realização dos nossos sonhos. Internet pra mim é novidade.

05/03/2008

Sonia Barbosa Baptista

CONFIDÊNCIA DE MULHER AVÓ


Quando o tempo conta vinte e um anos.
Eis que me vejo na mesma situação
Como se o tempo tivesse parado
Ou assistindo ao relançamento de um filme
Numa nova época e com novos personagens
Assim me encontro vendo meu filho
Minha nora que aceitei de braços abertos como a filha que não tive.
E um lindo bebê que chegou para a felicidade da família
Volto ao passado e tenho impressão que o tempo parou.
Novos tempos, nova geração!
E eu sem prática alguma ainda servi de chacota
Pois no hospital de companhia com a norinha
Não soube trocar a frauda do bebê
Ficará marcado na sua lembrança esse episódio
Quando surge esse assunto é sempre muitas risadas
E eu me divirto também porque sou de bem com a vida.
E só Deus sabe a emoção que senti no momento
A ponto de realmente nem mesmo enxergar a frauda
E assim perder a chance de trocar a primeira frauda na minha neta.
Fiquei completamente sem ação, o bebê chorava.
E aquele pregador preso ao seu umbigo confesso que perdi a ação.
Tão forte era a emoção de ser avó pela primeira vez.
E ver aquele serzinho desprotegido chegando ao mundo
Mundo esse que luto pela educação dos meus filhos
Para que ao educar seus filhos, eduquem como se olhasse do espelho dos pais.
Ou se aplicar uma educação moderna, que seja justa e de grande respeito.
Para que consigam com suas próprias pernas caminhar
A passos largos na direção da estrada do bem.
Então nela com passos lentos, mas sempre com a certeza.
E com fé que vão chegar.

05/03/2008

Sonia Barbosa Baptista

quinta-feira, 22 de maio de 2008

POESIA DE AVÓ

Não consigo acreditar nessa façanha
Ter um ser pequenino nos braços
Que ao me olhar sorri fechando os olhinhos
E eu a aperto com força nos meus braços.
Como é bom ser avó!
Quando achava que ainda estaria longe disso
Ver meu filho e nora chegarem com ela nos braços
E ela de braços estendidos já clamar por mim.
Ainda não ouvi o som da voz que vai me fazer chorar
Sei que brevemente vou ouvir essa melodia suave soar
E certamente que meus olhos cheios de forte emoção
Com aperto no coração lágrimas em quantidades vão jorrar.
Enquanto eu sorrindo e chorando pedirei que repita cada vez mais
E ela com seus dois dentinhos primeiros dos tantos que virão
Com seu risinho colorido de esperança e me olhando nos olhos
Repetirá por quantas vezes eu quiser... Vovó!
Então estarei numa nova etapa da minha vida
Eu que sei o quanto uma neta valoriza ter uma avó
Não medirei esforços para que a minha neta
Guarde de mim não apenas uma lembrança só.
05/03/2008

Sonia Barbosa Baptista