sábado, 31 de outubro de 2009

PRISIONEIRA DO AMOR

Aprisionada na jaula do amor
Sentia-se fragilizada e ferida
Deitada, rastejando e dolorida
Encurralada, gritando de dor...

Aprisionada inocente, que vida
Na jaula com saudade, que horror!
A tristeza acompanha o amargor
É nele que a lembrança está retida

No tempo que prisão era os seus braços
Passava o tempo neles aconchegada
Acreditando que esse era seu destino

Mas sem liberdade, veio o desatino!
Quando sentindo-se desesperada
Lembrou-se do calor dos seus abraços...

30/10/2009

Sonia Barbosa Baptista

(T1895258)

sábado, 3 de outubro de 2009

UM DIA FATAL

Num acordar silencioso,
deparo-me com tal situação.
Vendo meu quarto cheio de gente
e eu ali, deitada no colchão.
De olhos fechados, ainda vestida
com a minha roupa de dormir, então:
No impacto, de olhos arregalados
sem entender, tento gritar, mas:
Onde está o som da minha voz,
que eu grito e não a ouço?
Tento olhar as pessoas nos olhos,
mas ninguém olha pra mim.
Ando de lá para cá, dentro do quarto.
Vou à cozinha e ao passar pela sala
vejo mais pessoas sentadas no sofá.
Sento no meio das minhas irmãs e elas
se entreolham como se não me vissem.
Estão chorando.
Fico em reflexão por minutos
olhando todos que estão ali.
Vejo alguém que inconformada
porém sem forças pra chorar,
só consegue soluçar baixinho.
Parentes e amigos, a casa está cheia.
Vejo a minha mãe, e... sorrio,
mas como pode?
Ela já está desencarnada, porque está aqui?
_Como ela está linda!
E contornada por luz clara, num canto
de braços abertos, sorri para mim.
Aconchego-me no seu abraço
e num instante mágico...
estamos voando rumo ao céu.
De repente:
Olho e não reconheço ninguém
que também no espaço, se voltam
para olhar nós duas, como se fôssemos
pássaros cujas penas eram feixes de luz .

19/09/2009
Sonia Barbosa Baptista
Publicado no Recanto das Letras em 19/09/2009
Código de texto: 1819141

NOVO AMIGO

Trago um segredo comigo
Hoje resolvi contar
Sabiá meu novo amigo
Canta para me acordar...

Pousa no meio da folhagem
Para atrair o meu olhar
Parece visão, miragem
Seu canto me faz sonhar...

Forte magia, no chamado
Olho procuro, cadê
Está no meio do gramado
Sabiá adoro você...

02/10/2009
Sonia Barbosa Baptista
Publicado no Recanto das Letras em 02/10/2009
Código de texto: 1843184

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

RENASCER

Renasce a esperança,
naquele coração cansado,
vivido, machucado,maltratado.
Quem não mais acreditava no amanhã,
percebe que tudo pode acontecer.


















Agora, revigorado,
de volta à vida.
Nova chance,
em novo amanhecer;
Ao receber o novo dia,
Acaricia-lhe o rosto,
a brisa, a chuva, o vento da manhã...


Em fortes passos,
sem prantos,
o ontem será sempre o hoje,
sem fantasias,
sem desencantos
Mais que tudo, envolto em alegrias...

E o amor...
forte e interminável;
busca esse coração, sem seus limites,
com um amor
bem maior que a vida,
ficando tudo para trás,
...dor, ...saudade ...ferida...

Sonia Barbosa Baptista & Oswaldo Genofre


Publicado no Recanto das Letras em 16/01/2009
Código de texto: T1388242

sábado, 10 de janeiro de 2009

O POETA


O poeta vê luz onde não tem
Vê trevas na rua iluminada
Nos seus passos num vai vem
Numa longa caminhada.

O poeta respira alegria
Num suspiro, em alto som
Transpira a própria euforia
Marca na sua pele o tom.

O poeta recolhe gotas
tantas que umedece a flor
Toca uma, duas, e todas
orvalhadas de amor.

O poeta sorri para as flores
e acena sorridentemente
Olha as rosas incolores
E as toca delicadamente.

Logo o poeta se inspira
Na calada rua deserta
E no silêncio suspira
Chora de alma aberta.
09/01/2009

Sonia Barbosa Baptista

Publicado no Recanto das Letras em 10/01/2009
Código de texto: T1377032

*** LETÍCIA ***


Foi no sonho que te encontrei
quando para mim foi oferecida
Sem mesmo pensar, te aceitei
como a minha neta querida.

Você então já era minha
mas no ventre se escondeu
No exame da mãe, não vinha
negativo foi o que apareceu.

Passaram-se mais dois meses
e você lá, escondidinha
No teste de gravidez
positivo escrito tinha.

No sonho eram três meninas
não podiam se separar
Mas a senhora Ondina
ficou com duas para entregar.

Meses depois, na família
nasce gêmeas em formosura
Netas da mulher que não queria
tão lindas, porém prematuras.

Tempo certo para reflexão
Dois meses de fé, amor e esperança
da avó amoleceram o coração
as gêmeas, felizes crianças.

10/01/2009

Sonia Barbosa Baptista

Publicado no Recanto das Letras em 10/01/2009

Código de texto: T1378417