domingo, 28 de dezembro de 2008

CONVERSA DE VELHO


Eu também um dia fui Novo.
Cheguei debaixo de foguetório
com tantas pessoas se abraçando.
Era a confraternização.
Notei que as pessoas usavam branco.
Mas eu estava branco...
de uma palidez assustadora.
Olhava assustado, porém orgulhoso.
Nem por um momento sequer eu pensei
no Ano Velho que ficou esquecido.
Por questão de apenas segundos
ficou lá, bem lá para trás.
E todos brindando, desejavam
Feliz Ano Novo!
Que o Ano Novo fosse de Paz
De luz, de amor e de esperança!
Eu orgulhoso ouvia meu nome
que já estava na boca de todos.
Eu era Novo e famoso.
Fiquei Novo por mais ou menos
um mês. E com o passar do tempo
senti-me criança...
Adolescente, jovem, por fim adulto.
Com isso chegou o Natal...
A festa de aniversário de Jesus.
Muita emoção e amor nesta data.
Mais alguns dias se passaram
e o calendário marcava o dia 31.
Me desesperei. Era o fim de tudo.
Não sei se fiz por merecer, não foi
fácil fazer parte dos acontecimentos,
e não poder fazer nada.
Ver, ouvir e deixar acontecer.
Já me sentia cansado, adormecendo,
quando ouvi que fogos de artifícios
estouravam no ar em minha homenagem.
Mas logo o relógio da matriz...
Marcou meia noite!
Fui esquecido, sem tempo de chorar.
Nem mesmo participar das comemorações
de boas-vindas ao Ano.
Que todos brindavam e desejavam
que fosse um Feliz Ano Novo!
De muita Paz, luz, amor, esperança!
Não esquecendo da caridade.
28/12/2008

Sonia Barbosa Baptista

Publicado no Recanto das Letras em 28/12/2008
Código de texto: T1357301

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